Tabela de conteúdos
Lembranças de Decio
Decio Ramos de Carvalho é meu pai. Nascido em Fundão, ES, Brasil, em 09/09/1931 e falecido em 22/09/2018, aos 87 anos. Ele dizia que a primeira coisa que mais gostava de fazer na vida era cantar e a segunda também. Dono de uma bela voz, cantar era seu passatempo preferido. Algumas de suas cantorias foram gravadas no álbum "Romântico", em parceria com o Maestro Anselmo Mazzoni, que tive o prazer de conhecer no Centro Cultural da Estácio, na Barra da Tijuca. Em outra oportunidade encontrei-o também no “Le Crepe”, em Copacabana, numa pequena rua perpendicular à Princesa Isabel.
Depois do falecimento comecei a encontrar algumas lembranças e descobrir pequenas coisas sobre o Decio. Tive então a ideia de organizá-las aqui e é a isso que essa página servirá.
Naturalmente essa página não é de interesse público, mas a mantenho aberta, pois também não há motivos para não ficar assim.
2003
Ano de gravação do álbum "Romântico", em parceria com o amigo Maestro Anselmo Mazzoni.
Ano dos 50 anos de formatura da primeira turma de odontologia da Universidade Federal do Espírito Santo. Encontrei esse recorte de jornal, não sei exatamente qual, sobre um evento em homenagem à turma de 31 formandos de 1953. Esse recorte é precioso, pois não se encontra essa reportagem na Internet. Embora o Decio tenha exercido a profissão por muito pouco tempo guardava essas lembranças com cuidado, afinal eram parte de sua história e motivo de orgulho.
2013
Em 11/03/2013 ele escreveu umas coisas para dizer num vídeo que faríamos para inscrevê-lo num concurso de canto, se não me engano era o The Voice Brasil. Transcrevo aqui o texto:
“Eis aí minha justificativa em função da minha idade avançada.
Eu me chamo Decio. A segunda coisa que eu mais gosto de fazer na vida é cantar. A primeira também. Desde que me entendo por gente que eu canto a capela. Por volta dos meus nove anos de idade, D. Penha, uma vizinha, mãe dos garotos que brincavam com a gente na rua, dizia que gostava muito quando eu tomava banho, por que adorava me ouvir cantar. Mudei de residência, fui crescendo e no colégio os amigos gostavam de me ver imitar locutores de rádio e cantar, sempre a capela. Já adulto fui trabalhar em outra cidade, onde muitos amigos já trabalhavam e eles gostavam de me ouvir cantar. Voltei para a minha cidade e lá juntei-me a vários grupos de seresteiros e continuei cantando. Por curiosidade num desses grupos o tocador de violão era tão bom que entre uma seresta e outra, de vez em quando ele solava uma música clássica no violão. No silêncio da madrugada isso era muito bonito. Cantava também nas festas de um pequeno clube, onde o presidente era meu amigo. Segundo ele as pessoas gostavam. Finalmente vim morar no Rio e fui conhecendo pequenos bares onde davam canja e, por fim, conheci uma turma que cantava numa pequena boate. Por intermédio deles acabei cantando no microfone e, em certa ocasião, um deles disse ao tecladista, que me acompanhava, que o cantor deveria cantar de frente para o público. O tecladista respondeu dizendo que ali tinha cantor que, se pudesse, cantaria de dentro do piano: era eu. O tempo foi passando e eu, apesar da timidez, já conseguia cantar no microfone sem ter que beber muito. Atualmente participo de cantorias em três ou quatro lugares, juntamente com outros veteranos e veteranas que gostam de cantar. Normalmente canto música brasileira romântica, mas conheci uma canção italiana, feita por um compositor que deveria estar perdidamente apaixonado e compôs esta linha canção: Ho Capito che ti Amo, Luigi Tenco. Tenho um CD (amador) gravado com 18 músicas estilo Bossa Nova.