Vejam também esse vídeo de uma palestra que ministrei sobre o Kdenlive em 2014. Ambos são complementares: há coisas aqui não faladas lá e vice-versa.
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A primeira coisa que sugiro que façam é gravar o leiaute padrão da ferramenta. A tela do Kdenlive é composta de vários elementos, como veremos a seguir, que podem facilmente ser deslocados de posição ou fechados, deixando de aparecer para uso. Isso dá uma característica interessante, você pode personalizar seu leiaute como preferir. Por outro lado é comum as pessoas mudarem o leiaute sem querer. Pra isso sugiro que salve a disposição padrão dos elementos logo no primeiro uso.
Os clipes de proxy nada mais são do que arquivos criados pelo Kdenlive, com baixa qualidade, apenas para trabalhar com eles durante a edição. Dessa forma fica mais viável trabalhar com vídeos pesados em máquinas menos robustas, e confesso que acho isso bom mesmo em máquinas robustas, pois aplicar uma série de efeitos em tempo real é meio inviável mesmo em ótimas máquinas.
Pra configurar os clipes de proxy para serem gerados automaticamente siga os passos:
Referência externa: http://userbase.kde.org/Kdenlive/Manual/Projects_and_Files/Clips
Naturalmente no Windows você deve dispor de um ícone na área de trabalho ou no menu principal para chamar o Kdenlive.
Nos *nix, dependendo do seu sistema operacional e de que ambiente gráfico você usa (KDE, Gnome, XFCE, Unity, etc) pode ser que o Kdenlive esteja facilmente acessível em algum menu de aplicações.
No XFCE, por exemplo, ele estará disponível no menu. Basta abri-lo e procurar na categoria correspondente, provavelmente chamada de Multimídia.
No KDE e Gnome também deve ser bem fácil encontrá-lo nos menus.
No Ubuntu padrão, que usa uma interface gráfica chamada Unity, clique sobre o primeiro botão do painel, chamado “Painel Inicial”. No campo “Pesquisar” digite “kdenlive”.
Quando não há menus de aplicações automaticamente atualizados com a instalação do Kdenlive a maneira mais prática de chamá-lo, e isso se aplicará a várias outras versões de *nix, é abrir um terminal e executar o comando apropriado:
kdenlive
Uma vez aberto o kdenlive podemos ver sua aparência global. A figura 4.1 mostra a cara do kdenlive versão 0.8.2.1 num Ubuntu 12.04. Até a versão 15.0.8 essas partes não mudaram.
Note que na tela mostrada não aparecem os menus superiores da ferramenta. É que a tela é do ambiente gráfico Unity e neste ambiente os menus são separados de suas janelas e colocados na linha superior da área de trabalho.
Na figura podemos ver as seguintes áreas:
Antes de poder começar a editar com o Kdenlive precisamos colocar a nossa disposição no programa alguns objetos editáveis. Esses objetos são genericamente chamados de “Clipes” e ficam na aba chamada “Árvore do Projeto”, mostrada como área 1 na figura 4.1. Inicialmente essa área está vazia. A qualquer momento poderemos incluir os clipes que vão compor nosso vídeo final (imagens, sons, vídeos, títulos, etc), mas antes de poder usá-los temos que disponibilizá-los na tal “Árvore do Projeto”.
Há duas formas de colocar seus clipes na lista:
Nos dois menus que se abrirão teremos as mesmas opções para escolher clipes. Há basicamente dois tipos de opção. A primeira, “Adicionar Clipe”, nos permitirá escolher arquivos de áudio, vídeo, imagem, etc, no computador. As demais adições criarão objetos internos ao Kdenlive e teremos que configurá-los ou mesmo criá-los, como é o caso de um “Clipe de Título”, onde poderemos editar um texto para aparecer no vídeo, o que também poderia ser feito fora, editando uma imagem no GIMP. Como neste caso, em muitas outras situações é possível chegar a um mesmo resultado de várias maneiras.
Provavelmente você vai adicionar um vídeo em algum momento. Para isso:
O perfil do projeto indica o tamanho do vídeo final do seu projeto. Na prática o tamanho de saída do seu vídeo não precisa ter qualquer relação com os vídeos originais que você está editando, mas claro que, se forem diferentes, isso implica em alguma coisa. Se o perfil do seu projeto tiver um tamanho maior que os seus vídeos de origem, então a qualidade do vídeo final não ficará muito boa. Se os seus vídeos forem maiores ou iguais ao perfil do seu projeto isso garantirá que a qualidade final será pelo menos igual a de seus vídeos originais.
Ao carregar um vídeo com proporções diferentes do perfil do projeto, este deixará margens vazias nas laterais ou nas partes de cima e de baixo. Veja na figura 4.4 um exemplo de faixas laterais em função de um vídeo com proporções 4:3 num projeto com proporções widescreen.
Antes mesmo de iniciarmos um novo projeto no Kdenlive este já tem um perfil padrão de projeto e já podemos ver qual é no título da janela do próprio programa. Podemos ver na figura 4.5:
Na primeira vez que carregamos um vídeo no projeto podemos ter a oportunidade de ajustar o perfil do projeto.
Independente da escolha que podemos fazer ao carregar um vídeo, podemos a qualquer momento alterar o perfil do projeto. Apesar dessa possibilidade, eu não recomendo que se faça isso depois que sua linha do tempo já contiver trabalhos, pois em geral isso gera problemas. Procure usar isso antes de iniciar seus trabalhos, podendo, porém, já ter carregado clipes para a área de clipes.
Eu mesmo gosto de gravar vídeos da tela e acho que vídeos com 1024×768 pixels são uma boa pedida para isso. O problema é que o Kdenlive não vem com um perfil de projeto com essa resolução. O que fazer então? Calma, calma, nem tudo está perdido!
Depois deste procedimento este perfil estará disponível para ser selecionado como perfil do projeto atual ou qualquer outro criado posteriormente, bem como outros já gravados.
Considerando que hoje em dia boa parte dos vídeos que produzimos quando começamos a aprender a editá-los são feitos para a internet eu preferi simplificar na seção anterior o “aspecto do pixel” e sugerir o uso do valor 1/1. Se sua ideia é produzir vídeos profissionalmente, porém, é importante entender este conceito.
Vamos nos basear num exemplo para ilustrar o assunto. Digamos que queremos fazer um DVD usando o perfil do Kdenlive chamado “NTSC 29.97 fps” que usa uma resolução de 720×486. Veja na figura 4.12 a tela de configuração com a escolha deste perfil.
Podemos notar que a proporção da tela é de 4×3 e que a razão do aspecto de pixel é 8×9. Por que isso? Já vamos entender.
Para ilustrar melhor, considere a criação de uma imagem de um círculo no GIMP para esse formato. O mais natural seria pensarmos que basta criar uma imagem com 720×486 e fazer um círculo nela, certo?
A figura XX.XX mostra a imagem assim criada no GIMP e em seguida como ela fica no Kdenlive com o perfil NTSC mencionado.
Podemos ver que, mesmo tendo criado uma imagem original com o tamanho do perfil do vídeo, a imagem deixou bordas pretas no Kdenlive. Por que isso? A resposta está justamente no aspecto do pixel. Se fizermos a conta 720/486 não dá 4/3, que é a proporção final do vídeo. O ajuste é feito no pixel, que ao invés de ser quadrado é retangular. O Kdenlive poderia fazer duas coisas, encaixar perfeitamente a imagem 720×486 na tela, o que deixaria o círculo oval, ou manter a proporção original da imagem deixando margens na mesma, e é essa segunda opção que ele adota.
Pra fazer uma imagem que se encaixe perfeitamente na tela, temos que pegar a resolução do vídeo, no exemplo 720×486, e colocar a proporção 8×9 nela, o que nos dá 720×547, se optarmos por manter a largura e crescer a altura, o que me parece melhor do que manter a altura e diminuir a largura.
Depois que temos clipes disponíveis na área a eles destinada, o próximo passo é a colocação dos clipes nas trilhas de edição. Clipes de áudio devem entrar nas trilhas de áudio. Demais clipes entram nas trilhas de vídeo.
As trilhas de edição apresentam os clipes ao longo do tempo, representado pelo eixo horizontal. Se colocarmos dois áudios coexistindo num mesmo intervalo de tempo, o que se consegue colocando um em cima do outro visualmente ali na linha, esses áudios sairão misturados. Já clipes das trilhas de vídeo não se misturarão, pelo menos à princípio. Vídeos localizados na trilha acima de outra aparecerão, encobrindo a imagem dos que estiverem abaixo. Depois de colocados nas trilhas, poderemos compor os vídeos de maneiras diferentes através de efeitos e composições, o que veremos mais adiante.
Para colocar os elementos na linha do tempo:
Depois disso você começa então a editar e compor seu vídeo final, o que é tema do próximo capítulo.
Editores de vídeo não costumam gerar um vídeo quando salvamos o projeto. O projeto salvo guarda apenas as configurações gerais, que insumos nosso projeto usa, onde fizemos cada corte, onde está posicionado cada elemento na linha do tempo, os efeitos usados e suas configurações e por aí vai. O projeto salvo é um arquivo texto bem pequeno que descreve tudo isso. É importante salvar cedo e sempre o seu projeto, embora o Kdenlive tenha um processo de recuperação automática em caso de pane no software ou no computador.
Gerar o vídeo final do seu projeto é um processo chamado “renderização”. Pra fazer isso clicamos no botão “renderizar”, mostrado na figura acima, e uma janela se abre.
Nessa nova janela podemos:
Há mais opções do que essas, mas isso é o básico para gerarmos o resultado final do nosso trabalho: nosso vídeo editado.
Veja também no vídeo abaixo o processo para renderizar o vídeo final no Kdenlive.
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