Jardim Interno do Pavilhão Principal da UFRRJ em 360°, Seropédica, RJ, 25/05/2019

Oi pessoal,

mais uma vez tive o prazer de palestrar sobre fotografia panorâmica 360° no evento BSDDay, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. O evento acontece todo ano no último sábado de maio. Essa é a primeira foto feita um celular que publico aqui. O tema da palestra foi justamente como fazer uma foto 360° usando um aparelho celular, de modo a comprovar que esse tipo de fotografia pode ser feita com QUALQUER câmera. Claro que não é tão prático ou comercialmente viável com um celular, mas não significa que não seja possível. Podem notar que a qualidade da imagem não deixa muito a desejar se compararmos com outra visita virtual que fiz lá em 2016. Claro, a beleza do local e o dia lindo também ajudaram muito na foto.

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Jardim Interno do P1 da UFRRJ em 360°
Jardim Interno do P1 da UFRRJ em 360°

Ficha técnica:

Pra conseguir uma boa costura das fotos feitas com o celular construí uma cabeça panorâmica de modo a fazer o giro correto da câmera:

Cabeça de tripé panorâmica para celular
Cabeça de tripé panorâmica para celular

Esse é o grande segredo para conseguir costurar bem uma foto 360°: o giro da câmera em torno do eixo que passa pelo ponto SEP. Muitos fotógrafos iniciando no assunto acabam se prendendo a outros detalhes, achando que precisam de uma grande angular, por exemplo, ou uma câmera profissional. Vejam ainda que uma cabeça de tripé apropriada não é a única maneira de conseguir isso, mas é o mais assertivo e seguro, principalmente pra quem inicia.

Esse celular tem a capacidade de gravar fotos em RAW e de fixar a exposição entre as fotos, o que ajuda muito na qualidade do resultado final.

  • Câmera: Celular Samsung S7
  • Lente: Celular Samsung S7
  • Tripé: Dolica proline e cabeça panorâmica para celular feita por mim
  • EXIF: ISO 50, 1/3000, WB 5400k, F1.7 (esse é fixo)
  • Giro: 31 fotos RAW com exposição fixa girando manualmente o celular buscando sobrepor as fotos
  • Imagem final: 12.000 x 6.000 pixels = 72 megapixels
  • Softwares utilizados: Rawtherapee, Hugin, GIMP, Panini, Panotools Scripts, krpano tools
  • Plugin: krpano viewer

Abraços, Cartola.

 

Pistas de bolas em 360° no Gürten Park em Berna, Suíça

Oi pessoal,

sabe aquelas engenhocas que tinham nos desenhos animados em que uma coisa ia empurrando a próxima e fazia uma progressão doida pra no final fazer uma coisa simples que podia ter sido feita diretamente? Foi o que me lembraram essas três pistas de bolas sem fim no Gürten Park, em Berna. Vejam esse trecho de um desenho do Tom & Jerry. No desenho há muitas passagens diferentes, mas a máquina do parque só faz a bola prosseguir pelos caminhos mais doidos imagináveis, é muuuuito legal! Passamos um bom tempo ali até descobrir todas as passagens que a bola fazia em cada um.

Tentei descobrir o nome desse tipo de engenhoca. O termo em alemão (idioma do site do parque) é “kugelbahn”. Em inglês “marble run”. Em português o melhor que achei foi “pista de bola”. Procurando por isso na internet acha-se vários brinquedos parecidos. As máquinas do parque eram mais legais ainda por serem interativas. Várias passagens da bola precisam da interação das pessoas, seja girando uma manivela, rodando um timão ou fazendo várias outras coisas doidas e interessantes, uma mais diferente da outra. Visita super recomendável pra quem tem crianças ou gosta dessas engenhocas elaboradas.

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Pistas de bola no Gurten Park em 360°
Pistas de bola no Gürten Park em 360°

Ficha técnica:

Abraços, Cartola.

Vista Panorâmica na Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

De um apartamento vazio surge uma vista cheia de belezas nessa tradicional paisagem carioca. Lagoa Rodrigo de Freitas, na altura dos pedalinhos, Parque da Catacumba, Corte do Cantagalo e dá pra ver até as Ilhas Cagarras no mar de Ipanema. Tudo, claro em 360°.

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Lagoa Rodrigo de Freitas em 360°
Lagoa Rodrigo de Freitas em 360°

Ficha Técnica:

Eu já queria fazer esse tipo de foto há muito tempo, desde que vi uma do mesmo tipo feita pelos russos do Airpano.com em Nova Iorque. Eles, porém, montaram uma engenhocaria mais complicada um pouco, fazendo a câmera girar em torno de um eixo vertical. Eu acho que fui mais prático e botei o mastro no eixo do tripé, que já é inclinável. Abaixo uma foto da montagem. Segui o princípio de que não é necessário nivelar o conjunto câmera+cabeça panorâmica. Desde que o giro seja feito corretamente em torno de um eixo sem erro de perspectiva (ou perto dele) a montagem é perfeitamente possível.

ok-496A6230Procurei amarrar com mais de uma corda e os pesos ficaram bem pesados. Arrumei duas anilhas de 5 kg, totalizando ali 10kg de contra-peso fora o peso do tripé e mastro que ficaram pra dentro da janela.

ok-496A6231Puxei uma corda até amarrar numa porta no corredor do apartamento.

ok-celularDepois estendi apenas a haste mais fina do mastro pra que a câmera fosse mais pra longe da fachada e as fotos foram disparadas automaticamente com o intervalômetro do Magic Lantern, programado pra fotografar 15x com um intervalo de 10s entre fotos começando 20s depois do semi-aperto do botão de disparo.

Abraços, Cartola.

Receba Descargas Elétricas de Dentro de uma Gaiola – FISL 14

Oi pessoal,

essa é do ano passado, mais precisamente de julho de 2013, quando estive no FISL 14 (Fórum Internacional do Software Livre). Uma das coisas que mais chamou a atenção dos presentes no meio dos stands de exposição foi uma bobina Tesla gigante! E o mais interessante é que ela canta! Sim, a galera ligou ela num computador e controlou as descargas elétricas pra que ela tocasse músicas!!! De dentro da Gaiola de Faraday ouvimos Sweet Child o’ Mine do Guns ‘n Roses e o Hino Nacional, dentre outras melodias. O evento é um congresso internacional de software livre e afins. Pessoas do mundo inteiro participam anualmente e ele já está em sua 15ª edição em 2014. Pros interessados ainda dá tempo, pois ele ocorrerá agora em maio/2014.

No panorama abaixo você poderá ver um trecho dele com o vídeo se estiver acessando de um dispositivo com FLASH. Infelizmente não consegui ainda habilitar o mesmo vídeo em dispositivos com HTML5, notadamente os da Apple, como iPad, iPhone e outros.

Eu já tinha mostrado ela por fora em outro panorama por aqui, e também publiquei um pequeno vídeo dela na época do evento, com ela tocando o Hino Nacional.

Bobina Testa - dentro da gaiola em 360º
Bobina Testa – dentro da gaiola em 360º
Vídeo na Internet
Vídeo na Internet

Ficha Técnica:

O desafio aqui foi colocar o vídeo junto com a foto. E por enquanto falhei pros dispositivos Apple (iCoisas) por conta do formato diferente de vídeo que tem que ser usado pra eles. Provavelmente conseguiria se insistisse mais um pouco e imagino alguns caminhos pra tentar, mas as vezes dispendemos tanto tempo numa coisa que chega a hora de parar. Uma frase que resume bem isso é “o ótimo é inimigo do bom”. Se eu ficasse esperando conseguir isso tava arriscado a nunca publicar essa foto 🙂 como alias já levou vários meses.

Abraços, Cartola.

Receita rápida para fotografia 360 aérea

Oi pessoal,

neste artigo vou compartilhar com vocês meu fluxo de trabalho para fazer uma foto panorâmica aérea da esfera visual completa (também conhecida como foto 360×180º) usando meu quadcóptero, um DJI Phantom, com uma câmera gopro.

Eu não tenho uma gimbal. Até o momento tenho usado a caixa estanque da própria gopro fixada com o suporte que veio com o Phantom.

Uma foto panorâmica da esfera visual completa pode ser algo complexo de fazer, principalmente para quem nunca fez uma, então, se esse é seu caso, um bom conselho seria tentar fazer uma fotografada com algo mais estável que um quadcóptero. E não deixe de dar uma olhada nas referências da página “Como Fazer“. Para uma visão geral recomendo a leitura desse artigo na revista Libre Office Magazine (a partir da página 48), ou esse em inglês mais completo um pouco. Veja ainda essa documentação mais completa.

Sem girar a câmera usando o eixo que passa pelo ponto sem erro de perspectiva (NPP – no parallax point) vão ocorrer muitos erros de junção das imagens. Veja aqui um equipamento que pode minimizar esse problema. Mesmo sem ele, se você conseguir fazer um suporte para colocar a câmera na vertical já vai ajudar, pois precisará de apenas uma linha de fotos para cobrir do horizonte para baixo. Veja aqui o suporte que fiz para usar a gopro na vertical.

Finalmente o meu fluxo de trabalho:

  1. Primeiro coloco a câmera olhando aproximadamente 45º para baixo
  2. Configuro ela para tirar uma foto a cada 2s (modo timelapse) – isso vai gerar um monte de fotos inúteis, mas tudo bem
  3. Voo até o ponto desejado e conto uns 3s, garantindo pelo menos uma foto ali
  4. Rodo o veículo uns 45º e conto 3s novamente, repetindo isso até fazer a linha horizontal de fotos
  5. Desço o veículo e coloco a câmera mais pra cima, se necessário (com ela na vertical não seria preciso)
  6. Levanto voo novamente para fazer mais uma linha de fotos da mesma maneira
    • Se o ponto de parada for alto o suficiente e/ou a câmera estiver na vertical a segunda linha de fotos pode não ser necessária
    • Evite ao máximo a segunda subida, pois o ponto de parada provavelmente será bem diferente do primeiro e a edição final será bem mais trabalhosa
  7. Depois de tudo aponto a câmera para cima para fazer uma foto do céu a partir do solo mesmo (isso poderia ter sido feito também no início, antes da primeira subida)

Aqui alguns exemplos feitos com esses passos:

Observações:

  • Esse tipo de fotografia pode gerar muitos erros de perspectiva e normalmente haverá necessidade de removê-los usando um editor de imagens avançado como o GIMP ou outro. Normalmente vai precisar de funcionalidades como clone, restauração, diferentes tipos de seleção, copiar/colar/rodar/mover/enevoar seleção, camadas e possivelmente mais algumas ferramentas. Veja aqui alguns vídeos com dicas de como remover erros de perspectiva.
  • Como a gopro não tem exposição manual, podem surgir também diferenças marcantes de cor e tom entre imagens adjacentes. Isso pode ser tratado no software que costura as imagens, mas também pode ser mais uma tarefa para um editor avançado de imagens. Seleção com bordas enevoadas é uma funcionalidade chave para tratar isso, como pode ser visto nesse vídeo tutorial.

 

Recuperando de Tripé com Cabeça Quebrada

Oi pessoal,

com esse artigo estreio a categoria de Engenhocas & Cia de modo a melhorar a organização dessas coisas aqui pelo site. Naturalmente nem tudo aqui estará relacionado diretamente com fotografia panorâmica, mas indiretamente estará, rs.

Introdução

Esse artigo mostra como recuperei um tripé que tinha quebrado a cabeça. A recuperação foi basicamente prover um parafuso de 3/8” (leia-se três oitavos de polegada) para a futura colocação de uma cabeça de tripé avulsa. Para os que não conhecem bem o assunto, existem tripés que tem cabeça intercambiável e na imensa maioria deles a cabeça fica encaixada em um parafuso de 3/8”. Esse é o padrão, mas claro, tem sempre gente que foge do padrão, então é possível encontrar cabeças e tripés que fogem disso, mas é até difícil. Eu tenho um tripé Vivitar bem antigo que usa um parafuso de 1/4” para isso.

Material e Ferramentas

Para a forma como executei o serviço precisei de:

  • 1 parafuso de 1/8” e uma porca para ele
  • 1 parafuso de 3/8”
  • Pedaço de barra de alumínio de 1 1/2” x 1 1/2” x 1/4”
  • Furadeira
  • Serra de metal
  • Broca de 1/8” para metal
  • Broca de 8mm para metal
  • Macho para rosquear de 3/8”
  • Vira macho (não consigo parar de achar esses nomes engraçados)
  • Torno paralelo de bancada
  • Lima para metal

O serviço

Após remover a cabeça original quebrada, o tripé em questão ficou com um cano com o buraco virado para cima, como aparece na figura 1.

Figura 1 - cano no tripé
Figura 1 - cano no tripé

Nesse cano fiz um buraco para a passagem de um parafuso de 1/8” de um lado ao outro. Esse furo foi feito com a broca de 1/8”. Esse parafuso precisou ser fino assim, pois passei ele por dentro do parafuso de 3/8” que preciso que fique para cima no final da montagem.

A broca de metal costuma escorregar na superfície do metal. Pra que isso não aconteça eu costumo fazer um X limando a superfície do metal com a aresta de uma lima. O centro desse X é o ponto onde quero furar. Outra possibilidade é usar um gabarito já com um furo, de modo a guiar a broca e mantê-la no ponto adequado. Um exemplo de gabarito que uso para furar chapas e metais retos está na figura 2, abaixo.

Figura 2 - gabarito para furar no ponto certo
Figura 2 - gabarito para furar no ponto certo

A figura 3 mostra o parafuso de 3/8” já com o parafuso de 1/8” passado por ele e, ao lado, o pedaço de barra de alumínio, também já furado com a broca de 8mm e com a rosca feita para passar o parafuso de 3/8”.

Figura 3 - materiais preparados para a montagem
Figura 3 - materiais preparados para a montagem

Notem que o parafuso de 3/8” foi usado sem cabeça. Confesso que não me lembro se tirei a cabeça de um parafuso ou se cortei um pedaço de uma barra rosqueada, mas nada impede que se use um parafuso com a cabeça para baixo ali, a não ser que a cabeça impeça a entrada dele no cano do tripé.

Materiais prontos, é só partir pra montagem. Na figura 4 o início, com os parafusos encaixados no cano. Nesse momento o parafuso de 3/8” ainda fica meio solto, pendendo para um dos lados.

Figura 4 - Parafusos encaixados
Figura 4 - Parafusos encaixados

A finalização é feita com o rosqueamento da pequena chapa de alumínio. Ao ser apertada contra o cano, à medida que é rosqueada no parafuso de 3/8”, ela fica firme e mantém tal parafuso também firme e virado para cima, permitindo então o encaixe de uma cabeça de tripé no padrão do mercado. A figura 5 mostra o conjunto final montado.

Figura 5 - conjunto montado
Figura 5 - conjunto montado

É possível perceber que o parafuso de 3/8” não está bem centralizado. É possível afrouxar a chapa e acertar a posição dele reapertando. Depois de firmemente apertado e com a nova cabeça também bem apertada, o conjunto ficou bastante firme.

Abraços, Cartola.